Tuesday, September 28, 2010

AMOR, ETERNO AMOR




Vivemos sériamente  preocupados em entender a existência da vida e da morte. Mas nada se compara a outro mistério que habita o ser humano e que o faz relegar vida e morte a uma gaveta  inferior de seu consciente: o amor!

Sim, o amor. Esse sentimento pode ser menosprezado ou superestimado, mas no final da contas ele ocupa a grande preocupação humana. Aparentemente todos vivemos em função desse sentimento mesmo quando não admitimos isso! 

O amor está ligado a grandes transformações da humanidade, à sobrevivência da espécie, determinando uma série enorme de outros sentimentos e comportamentos que irão modificar o indivíduo e o meio!Ausência de amor é carência afetiva, um tipo de condição que causa estragos em qualquer fase da vida do indivíduo.


Não é exagero! Desde que somos gerados, já temos a expectativa de sermos amados. Dependemos dela para sobreviver. O que confunde a interpretação do amor, pois ele pode assumir formas variadas. Digamos que entre tantas referências e interpretações, nos limitássemos a duas formas do amor, o fraterno e aquele oriundo da paixão.

Explicar o amor fraterno é fácil! Trata-se de um sentimento necessário para o equilíbrio do meio. Todos sabemos que a sobrevivência depende desse sentimento, que faz com que as pessoas se agreguem e se auto-protejam. Mesmo que você queira acreditar que basta um sentimento frio e mecânico de cooperação na espécie humana, o amor vai diferenciar as relações e tornar a vida potencialmente mais agradável.


O amor entre os sexos é óbvio para a procriação...será possível que seja eliminado no futuro, caso o ser humano se reproduza em laboratórios? Sabe-se lá. Hoje em dia há quem afirme que o amor paixão é pura química, afirmação que provoca nos românticos incuráveis uma desagradável sensação de vazio. 

Por que? Bem, a alma e o encanto do arrebatamento que leva ao amor físico são substituídos pela prática explicação de  neurotransmissores cumprindo uma função indispensável na ativação do impulso sexual, 
como a tal feniletilamina, recentemente associada à paixão. Suspeita-se que sua produção no cérebro possa ser desencadeada por eventos como uma troca de olhares ou um aperto de mãos. Algo assim como abrir uma torneira.

O pior ( para os românticos) não é o fato dos cérebros apaixonados estarem encharcados de substâncias neurotransmissoras, mas sim a certeza de alguns cientistas de que somos programados como maquininhas para que isso ocorra e pare de ocorrer! Digamos que biologicamente sentimos paixão por 18 a 30 meses! Aí desligamos...

Além de chata, essa informação nem é muito nova. Schopenhauer já dizia que o amor é apenas um artifício, exclusivamente humano, para poder procriar e poder chegar a um sucessor perfeito. Ele tinha lá sua interpretação da vida, que seria basicamente feita de dor e sofrimento no objetivo de chegar à morte, preservando eternamente nosso corpo por meio de nossa descendência.

Bem...Artur estava certo e mesmo sem saber de química cerebral e DNA, antecipou a descoberta de cientistas atuais. Mas ainda assim...não, isso pode explicar a paixão ou necessidade de procriação, mas não explica o amor! Ou seja, quantos não permanecem com o sentimento crescente após décadas em comum? 

Segundo o neurobiólogo James Old, "o amor entra pelos olhos". Reforça o fato de recursos químicos para estimular a paixão. Aliás ao longo da história parece que a química é necessária para romper o distanciamento entre homem e mulher. Não diz a lenda que Eros nasceu de Recurso e de Pobreza, que aproveitou-se de sua embriaguês?  Nada muito lisonjeiro. Na sequência de nascimentos, surgiu o Caos, depois a Terra e então o pobre Eros...

Provavelmente essa crítica ao amor vem do eterno embate entre o homem e a mulher. A mulher é uma ameaça ao homem, pois ela o fragiliza através do amor. Sócrates costumava dizer que deve-se temer mais o amor de uma mulher, do que o ódio de um homem...

Platão escreveu em  "O Banquete" que "o amor é pobre, magro, mal apresentado, sem sapatos, sem domicílio, sem outra cama que a terra, dormindo sob as estrelas, sem cobertores, junto das portas e nas ruas, irremediavelmente miserável, imitando sua mãe"!

É...Uma observação crítica demais para um sentimento tão amplo! Propércio dizia que a medicina é o remédio para todas as dores humanas, mas o amor é um mal que não tem cura! Já Pitágoras, mais prático, considerava que o sentimento era possível se quem tivesse contato com ele pudesse abriga-lo e alimentá-lo com pureza. "Purifica o teu coração antes de permitires que o amor entre nele, pois até o mel mais doce azeda num recipiente sujo".

Machado de Assis considerava que o amor durava pouco, mas culpava a rotina e o excesso de formalidade em algo que devia ser livre. "Deus, para a felicidade do homem, inventou a fé e o amor. O Diabo, invejoso, fez o homem confundir fé com religião e amor com casamento", escreveu.

Bem, amor não deve ser analisado por pensadores talvez. Melhor que seja citado por aqueles que tem a veia romântica para reconhecer  o sentimento e a paixão. Como Shakespeare: "Amor, sensata loucura, sufocante amargura, vivificante doçura!" . Muito dramático...que tal  Camões:

Amor é fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
É querer estar preso por vontade
É servir a quem vence o vencedor,
É ter com quem nos mata lealdade
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade;
Se tão contrário a si é o mesmo amor

Talvez seja melhor Carlos Drumond de Andrade

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Não, não...O óbvio, quem pode descrever o óbvio? Fernando Pessoa? Talvez seja ele quem melhor expresse o sentimento, colocando pensadores e cientistas no sapato: "Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?


Talvez isso seja suficiente. Venha de onde for, a verdade é que o amor move moinhos e torna as pessoas melhores, em todas as suas versões, do amor fraterno ou amor paixão.

Como a incrível capacidade que algumas pessoas tem de amar incondicionalmente, de sentir afeição pelo, semelhante, mesmo por aqueles que sequer conhece.  Seria o amor universal, aquele que  se estende por toda a natureza, reconhecendo o equilíbrio das coisas e a beleza que se esconde em cada forma de vida!

Esta discussão vai longe...ou amor não se discute? (Mirna Monteiro)




Monday, September 27, 2010

TERRA, ETERNO PLANETA TERRA...

 Desde que o mundo teve contato com a ficção que mostrava uma nave espacial comandada pelo próprio computador - aquele que resolveu rebelar-se contra a intervenção humana, livrando-se de seus tripulantes - e décadas depois criou robôs sentimentais, as pessoas andam preocupadas: o ser humano será sobrepujado pelas máquinas?
Pronto, está criada a "síndrome do descarte"! Seres humanos são um estorvo à natureza! Vivem em conflito emocional, sofrem de impulsos autofagistas e cospem no prato em que comem! Robôs são extremamente "cleans", contanto que sejam à prova de ferrugem. Como são máquinas, podem realizar proezas, como arremessar um incômodo mortal a um quilômetro de distância, ter visão de raio X e soldar seus próprios parafusos quando eles não se mantiverem devidamente enroscados! 
Já o ser humano...que raça complexa! Quando esses seres dirigem máquinas, tem o poder de descontrola-las. Adoram ajusta-las de maneira a torna-las letais e furiosas. É claro que temem uma revolução das máquinas desde o início da revolução industrial, quando descobriram que por mais simples que seja o mecanismo, ele sempre será mais confiável do que a frágil potência humana.

Por esse motivo está na moda prever um levante da inteligência artificial. Isso quando não se fala da fúria da natureza, com uma série tão grande de catástrofes, que já é preciso organizar um catálogo para descrever as nossas tragédias. Ninguém explicou ainda se nossos robôs inteligentes vão reinar antes ou depois do fim do mundo, mas uma coisa é certa: tanto em um caso, como em outro, os seres humanos parecem estar descartados da história futura!
Mania de descarte! Complexo de inutilidade no planeta...qualquer coisa assim. A sociedade humana anda mesmo se auto-depreciando. O espírito de derrota sobrepuja a força de mudança. Já temos pedaços de nossa história enterrados, memórias do nosso planeta Terra em cápsulas do tempo, aqui e acolá, em vários paises, inclusive no Brasil. Que por falar  nisso teve uma cápsula do tipo, em uma cidade brasileira, espirrada pelo esgoto em um retorno prematuro à superfície. O saneamento básico é o fim do mundo, mas se continuar expulsando a nossa memória ainda temos o recurso de sondas espaciais que levam informações de nosso planeta registradas em um disco, como a do Voyager! 

 Aparentemente, estamos mesmo preparados para um final da história. O problema é que não se sabe ainda se realmente somos sensíveis a ponto de pressentir o fim ou se estamos apenas exagerando nossos complexos aqui já relatados. No entanto podemos ter certeza de que mesmo com todo esse ar de tragédia no ar, as piores qualidades humanas continuam a atuar, aparentemente sem preocupação de ter de prestar contas em algum tribunal intergalático ou terreno. Se não vier o fim do mundo, vamos ter muito trabalho para arrumar o planeta! (Mirna Monteiro)

Thursday, September 23, 2010

A FALÊNCIA DA CONFIANÇA

Ou seria crise da confiança? Pouco importa, pois o pior está acontecendo: ninguém confia em ninguém. Chegamos a um ponto onde a vida em comunidade chegou ao extremo. Não é possível confiar sequer na festa dos estádios de futebol, de onde alguém pode sair ferido no exagero da torcida!

 Os tempos da inocência  e da naturalidade estão ficando para trás, estraçalhados por um sistema de vida onde a  traição parece esconder-se em cada espaço. O cidadão que passa na calçada olha desconfiado para o cidadão que vem no sentido contrário. Todos passamos a ser, potencialmente, vítima ou agressor!

As pessoas reclamam: a Justiça anda a passos lentos demais e demora a chegar, situação agravada pela existência de pessoas infiltradas no sistema judiciário que se utilizam do tráfico de influência e corrupção; nas ruas a violência e a criminalidade são ameaças contínuas; na política, dinheiro público é sequestrado por indivíduos que utilizam a fachada de prefeitos, vereadores, deputados, senadores ou simplesmente funcionários  comprometidos com falcatruas milionárias!

Está se tornando comum demais o desabafo:"ninguém presta, é tudo farinha do mesmo saco"...Francamente, estamos exagerando e correndo o risco da auto-mutilação social.

Como é viver na desconfiança? Sabemos que a maioria das pessoas não é corrupta!  Mas sabe-se hoje, através das próprias denúncias e investigações, que parte das pessoas que tomam decisões em setores importantes da vida do cidadão cede ao ganho fácil da corrupção.

Sabemos da precariedade de nossas instituições, do ensino que visa apenas lucro, dos riscos de interesses na saúde, no comércio, nos serviços essenciais, na mídia! O que ainda não se sabe a dimensão dessa corrupção dentro dos orgãos públicos!

Não ter certeza aumenta o estado de insegurança e desconfiança. Ouvimos falar em corrupção sistêmica, ou seja, focos de corrupção que sobrevivem há  décadas e que finalmente estão sendo comprovados, e então  vem o medo: e se nunca conseguirmos controlar a corrupção?  Até onde ela vai? Até que ponto contamina a mais importante instituição do país, a Justiça? Se a Justiça não é forte, como sair dessa?

Por esse motivo a decisão do Supremo Tribunal Federal  sobre o Ficha Limpa foi acompanhada com expectativa. Com medo de que  artimanhas que buscam interpretações deformadas da lei vencessem o óbvio, que é o comprometimento de condenar qualquer forma de corrupção. Viver um país que se preocupa em denunciar a corrupção, com um trabalho de esforço da policia federal na coleta de provas de grupos antes intocáveis, é muito bom! Mas se a Justiça não completar a sua função, vem desapontamento, a depressão e a crise de confiança!

Essa expectativa deixa qualquer um doente. A sociedade, hoje, está cada vez mais medicada. São anti-depressivos e outros medicamentos psiquiátricos para aliviar os sintomas da falência da confiança e da sensação de desamparo e de falta de freios. Se não houver coragem para punir quem transgride a lei, não será possível recuperar a confiança no sistema...(AC)



Wednesday, September 22, 2010

Os filamentos mágicos




Filamentos luminosos e atraentes: a fibra ótica revolucionou a telefonia a distância e a internet. Alguns cabos que atravessam o oceano Atlântico têm capacidade para 200 milhões de circuitos telefônicos. Incrível como algo tão delicado pode conter o poder de comunicação com o mundo!

Mas o interessante é o resultado de um visual delicado, luminoso e diferente, que permite novas formas e usos, com imagens futuristas. A fibra ótica ilumina ambientes em peças decorativas, mas também pode se transformar em uma blusa ou adereços ou ainda manter-se, simplesmente, como um facho de luz!


Uma luminária extremamente sofisticada


A mesinha ganha um efeito enigmático


Cortinas que iluminam o ambiente


Efeito poderoso na toalha de mesa, dotada de luz própria


A fibra ótica presente na trama da blusa



guarda-chuvas com "luz própria", de efeito extremamente interessante



Cabelos luminosos e outros adereços





O material em árvore e enfeites de natal muito coloridos

Tuesday, September 21, 2010

Crenças, ceticismo e botões

A sociedade anda em crise de credibilidade. Há tantos exageros e informação que parece haver uma predisposição ao ceticismo.
Não estamos falando da filosofia cética. Estamos falando de um tipo de comodismo ou busca de conforto apoiado na negação. Ainda que o questionamento radical no caso contrarie outras opiniões ou mesmo ansiedades. A mesma sociedade que reclama do artificialismo, sequer cogita a possibilidade de deixar de consumir o frango à base de antibióticos ou a salada  regada a agrotóxicos ou exigir que vilões simpáticos que adotam do alto de seus altos cargos a filosofia do "vale tudo" suspendam os seus abusos...
É um conforto imaginar que tudo vai bem e que qualquer ameaça é besteira. Não vamos dizer que a origem do ceticismo seja semelhante ao ceticismo enlatado e entalado de nosso tempo. Pirro de Elis jamais imaginaria que 1.700 anos depois de suas certezas sobre o que seria certeza, tal situação pudesse acontecer. Certamente não negaria veementemente a possibilidade do homem tornar-se um ser abstrato, em nome de uma sociedade concreta, a ponto de sacrificar o prazer do paladar ingerindo alimentos enfiados em uma lata!
Assim tudo é menosprezado ou reduzido a nada por nossos modernos céticos, inclusive desmandos cotidianos. Suponha que se fale, a esses, sobre mudanças clomáticas ou derretimento das geleiras! A reação provável será um ataque de fúria, que só se iguala ao menosprezo não menos furioso de quem se atrever a ser crente!
Parece mais uma disputa pela supremacia do discurso!
O problema de tanto antagonismo talvez esteja na interpretação do que seria a fé ou o ateísmo. A interpretação de fé é resumida à adoção de doutrinas religiosas e a do ateu, à capacidade filosófica.
Como se fosse possível separar as duvidas e certezas humanas em duas metades!
Digamos que nem sempre aquele que tem fé, aceita a imposição de alguma doutrina ou religião, preferindo navegar na própria intuição e nela buscar respostas. Ou, de outro lado, podemos também argumentar que nem todo ateu é racional ou entende de filosofia! Talvez repita chavões para si mesmo, reduzindo sua capacidade de pensamento a um espécie de doutrina disfarçada.
E com usso desviamos a atenção do foco da questão, que é ser ser cético em relação ao  risco da sobrevivência do planeta, ou crente na possibilidade de exagero de consumo, que levará o planeta a uma situação de risco.
Assim essa discussão vai longe!
Mas é interessante um desafio entre crentes e céticos, digamos a respeito de assuntos reconhecidos cientificamente, mas que seriam "truques da mídia" para os nossos descrentes. Vamos a uma discussão não ficcional, mas real, retirada de uma conversa que realmente aconteceu...sobre as possibilidades de problemas de sobrevivência futura (os que afirmam ser racionais a toda prova, tem pavor de imaginar um mundo ainda mais caótico e apocaliptico ) com o meio ambiente, do qual depende para sobreviver. Entre céticos e preocupados!
 Aquecimento global
Cético  - Isso é fofoca midiática!
 Preocupado( inconformado) - Fofoca? Além de todas as indústrias, veículos, maquinários, sabia que bois são responsáveis por 20% das emissões de gases  estufa no planeta?
Cético - Lá vem você querendo que eu coma capim!
Preocuoado - Imagine, coma o que quiser...sem bem que comer o que se caça é diferente de comer esse monte de bicho criado para matadouros.
Cético - Bobagem, eles nem sentem nada.
Preocupado - Que prepotência a sua em achar que sabe o que os outros sentem, Isso desequilibra, porque não tem nada de natural. Desequilibra!
Cético - Ah, mas para acabar com a terra precisa muito tempo ainda...Não é o pum de gado que vai conseguir isso. Só 20%, tá bom.
Crente - Mas chega! Ai meu Deus do Céu!
Cético- Ih, esse negócio de deus é invenção política!
Crente - Mas todas essas porcarias superfluas que aumentam o lixo no planeta é que são invenção política!
Cético - Desde quando sobreviver é invenção? É condição!
Preocupado- Condição? É imposição! Você feito de trouxa!
Cético - Mas que besteira! Não tem nada disso! Você é doente!
Preocupado - Você é doente!
Cético - Imagine se vou acreditar nisso!


...E tem gente que não acredita em destruição?...

Monday, September 20, 2010

Formas, cores e luz



Vitrais modernos no edifício-sede da CEF em Brasília: representação dos estados brasileiros em 24 peças.


Veja a beleza das cores na transparência em outros tempos:

http://artemirna.blogspot.com/2006/06/refletindo-as-cores.html

Tuesday, September 14, 2010

Filosofia (irreverente) dos anos 20



Ingênuo, mas nem por isso menos mordaz, o humor de 1920 mostra muito da maneira de pensar e ser da época. Aqui temos um pedaço da sociedade que preparava-se para começar a viver a grande revolução de valores do século XX. O tema, alías, é "Verdade ou Mentira", publicado na revista "O Careta":

*** O alfinete é o único cavalheiro que, vivendo na intimidade das mulheres, nunca perde a cabeça...

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***A franqueza é a nudez do pensamento. Dizer a verdade é tão indecente quanto andar nu.

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***Não emprestemos dinheiro aos nossos amigos, nem digamos a verdade à mulher a quem queremos bem: será a melhor forma de conservarmos a mulher, os amigos e...o dinheiro.

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*** A honestidade é como o perfume, aproveita-a mais os outros do que quem a tem.

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***O casamento nasce de uma ilusão,vive de uma esperança e morre, quasi(sic) sempre, de um mal entendido.

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***Para que o0 casamento constituisse a fórmula ideal da felicidade affectiva (sic)era preciso que os homens fossem menos egoistas ou que as mulheres tivessem o dom de se renovarem constantemente como Protheu. O que mata o amor é a monotonia, que é inimiga da arte e da sensibilidade. A mesma paisagem, por mais linda que seja, acab a enfarando si (sic) não acode alguem a dar-lhe aspectos novos...

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***Beijos são bonbons (sic) que se guardam na caixinha de segredos da bocca (sic). Mas é curioso notar que comido o primeiro bonbon (sic)nunca mais se encontra, na caixinha, outro com o mesmo sabor...

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***O erro está para a verdade assim como a noite está para o dia. Se não fosse a noite o dia não seria tão lindo...

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Monday, September 13, 2010

Oráculos em alta



A cena era interessante: um casal andava por uma feira de artesanato quando foi abordado por uma mulher ainda jovem, com roupas que misturavam o estilo cigano e um hijab meio fashion, oferecendo-se para ler o futuro.

Após uma troca de olhares e uma expressão meio constrangida, o casal recusou. Como se não tivesse entendido, a futuróloga (ou seria uma quiromante?), pegou uma das mãos da mulher e mesmo sob protesto começou a desfiar suas impressões, parando por um instante, com a expressão contrita.

Foi uma pequena pausa, suficiente para que a resistência fosse vencida. Marido e mulher ficaram alarmados e começaram a desfiar perguntas e no final da história outras pessoas foram esticando as mãos e a cigana de hijab ganhou ares de pitonisa confusa com a clientela inesperada.

Em plena era tecnológica parece estar havendo um recrudescimento da oferta e procura de previsões do futuro, seja qual for o método. Aliás a internet é um prato cheio e não é raro "tropeçar" em ofertas que prometem desvendar os próximos acontecimentos de sua vida. Próximos e passados, porque existe até anúncios desafiadores, tipo:
"você tem coragem de saber quem foi (ou o que foi...) nas suas "vidas passadas"?...




Bem, eliminando os exageros e a busca do ganho fácil, é preciso reconhecer que o interesse pelos mistérios da vida, do destino e do que existe além disso, têm
aumentado. Parece haver uma busca de compensação da impessoalidade e do ar de ameaça constante na sociedade moderna. Quem imaginava um terceiro milênio feito de seres frios e racionais, vestidos de uniforme tipo star wars, se decepcionou. Assim como nos tempos do Oráculo de Delphos, o misticismo integra o prato do dia!





A ciência é racional, busca o conhecimento, mas só o reconhece quando existem indícios que permitam pelo menos a teorização da possível realidade.
Já o ser humano é emotivo, sensível ao meio, com antenas intuitivas, prontas para captar surpreendentes descobertas que a racionalidade despreza.
O mais engraçado é quando percebemos que as "antenas" são funcionais e aparentemente uma espécie de carro-chefe da ciência. Ora, a capacidade
humana de intuir, criar e perceber realidades fantasiosas é a antecipação da busca pela explicação racional e, por fim, pela evolução da ciência!

...Se bem que a ciência anda a contestar-se também, de muitas formas. O que se acreditava antes nem sempre se efetivou séculos depois. O que prova que a ciência pretende ser, mas não é exata! Ou, ainda que permita incrível evolução, como no caso da tecnologia ou da medicina, pode ser extremamente lógica, mas imprevisível em seus resultados, originando espaços antagônicos, de criação e destruição! O que provoca sentimentos contraditórios na humanidade.

Quem vive a ciência curva-se à intuição. Albert Einstein era físico, mas reconhecia que nenhum cientista pensa com fórmulas e que tudo parte, essencialmente, do âmago humano. "Que sabe um peixe sobre a água em que nada a vida inteira?", escreveu. Ele percebeu que a imaginação era mais importante do que o conhecimento, pois este apenas se consumava a partir da criação da mente!

Bem, se a ficção é uma "realidade antecipada", ou a percepção humana de futuras realidades, parece lógica a possibilidade de antecipar a ciência de um acontecimento. Nunca antes falou-se tanto em profecias, previsões, prováveis acontecimentos que foram "percebidos" e concebidos por seus criadores como realidade inevitável. Claro que a maioria dessas previsões calculava as datas dos acontecimentos de maneira dúbia, meio confusa e até "moldavel" aos ambientes.

O fim do mundo do mundo, por exemplo! Desde que foi anunciado em quadras por Nostradamus ou enunciado em profecias antigas de diversas culturas,
esteve em vias de acontecer várias vezes, em várias fases da humanidade. É que as previsões falam de situações e cenários que, vivenciados, parecem
ser sempre iminentes!

O mais interessante porém é a certeza humana de que o planeta terra é menos estável do que seria adequado. A raça humana, uma "criança" no planeta,
que já passou por poucas e boas (mais uma vez a ciência tenta racionalizar sua história, mas os indícios de outras versões podem ser ainda desconhecidos)
pisa sobre esta terra como se fosse a única fonte de vida do universo, seu centro criador e, portanto, uma propriedade eterna.

O que no mínimo é uma idéia bastante infantilóide, já que a única certeza que podemos ter é a de que o equilibrio do ambiente necessário a vida, tal como o conhecemos e dele necessitamos, é frágil e sofre mutações cíclicas. O que torna as previsões pouco otimistas revestidas de possibilidades científicas! A não ser que a capacidade imaginativa da humanidade indique novos caminhos.(Mirna C)

Friday, September 10, 2010

IRRACIONALIDADES E RISCOS

A racionalidade humana provém da necessidade de sobrevivência e o bom senso é um dos resultados do pensamento do homem. Assim a sociedade evoluiu, criou elementos para garantir a multiplicação indefinida de seres humanos.

Uma grande vantagem no reino animal! Por isso, quando observamos acontecimentos como o do pastor que quer queimar o Alcorão, ficamos confusos...afinal, evoluimos em que exatamente?

Aparentemente o que temos aqui é um indivíduo contra a massa, utilizando-se de um recurso perigoso. Um indivíduo é movido por princípio, seja ele razoável ou absurdo...e ele está cutucando um povo, um conjunto que quando não é passivo, incendeia-se por paixão! Vem a histeria coletiva, como uma tempestade de areia!

Falamos de um pastor chamado Terry Jones, líder da pequena igreja evangélica na Flórida, EUA, que anunciou a queima de 200 exemplares do Corão ou Alcorão, como "homenagem", aos mortos no atentado de ll de setembro de 2001.

Hoje um homem morreu baleado em um protesto, quando 10 mil pessoas se aglomeraram em frente a uma base da Otan na cidade de Faizabad, capital da Província de Badajshan, no nordeste do Afeganistão. Os tiros foram disparados para dispersar a multidão que jogava pedras!

Nesse ponto colocamos em questão a racionalidade que permitiu a sobrevivência humana em tempos primitivos. O mundo tornou-se agora, por mais comum que seja o jargão, em um imenso "barril de pólvora"...uma referência minimizada dos riscos de nossa tecnologia atual. Provocações são hoje um crime contra a humanidade, pois os resultados não se restringem a um espaço e podem ser desastrosos!

As sociedades tem suas regras e a inexistência da distância entre todas as culturas do mundo trouxe desconforto para os povos que mantém ainda intactos hábitos e crenças milenares. Quanto mais o ocidente se afunda em desvarios, com a desorganização social, o desrespeito as leis e ao semelhante, a violência absurda e a ausência de referência, mais os povos fundamentalistas se agarram à tradução literal de seus livros sagrados.



O assunto resvala para uma questão ética de toda a humanidade: é certo pressionar um povo a abandonar tudo que acredita? Até que ponto nossa sociedade ocidental, com seus hábitos livres, mas também perniciosos em muitos aspectos, pode considerar-se um modelo para o mundo? Existe a possibilidade de um acordo entre as culturas para evitar os exageros de punição? Afinal hoje transitamos por todo o globo e apesar da soberania de um país ser inquestionável, o mundo está criando também uma cultura comum! (MM)

Sunday, September 05, 2010

A MENTIRA DE CADA DIA



A mentira reina sobre o mundo!

Assim se expressou Teixeira de Pascoaes, escritor português, em "A Saudade e o Saudosismo", no começo do século XX. Por toda história humana, a Mentira foi tema incondicional de filósofos, escritores e poetas.

Por que? Porque sempre permeou a relação humana, de uma forma ou de outra. Tanto que há "classificações" para a Mentira. Por exemplo:

Mentira piedosa - aquele tipo de mentira que tenta evitar um constrangimento. É quase inevitável, diante da ansiedade de quem espera a resposta que, se verdadeira, causará algum desastre, ainda que aparentemente superficial.

Mentira cruel - aquela que objetiva ofender a magoar e é absolutamente inversa à mentira piedosa, procurando contrariar e causar algum estrago.

Mentira fútil- aquela que é dita por força do hábito, do mesmo jeito que se toma água quando se tem sede.

Mentira defensiva - aquela que objetiva "blindar-se" contra qualquer ameaça, mesmo quando isso é apenas uma subjetividade.




Mentira planejada - essa é a mais terrível forma da mentira. É aquela que desvirtua o meio social, cultural, que provoca catástrofes políticas e guerras. Serve ao poder! Em sua forma mais amena é feita de artifícios e acompanhada de estratégias de manipulação da opinião.
Terrível, de qualquer forma!





Ah, a mentira, quanta dor de cabeça já causou. Não faltaram aos pensadores idéias mirambolantes de detectá-la e anulá-la:

"Se desconfiarmos que alguém mente, finjamos crença: ele há-de tornar-se ousado, mentirá com mais vigor, sendo desmascarado. Por outro lado, ao notarmos a revelação parcial de uma verdade que queria ocultar, finjamos não acreditar, pois assim, provocado pela contradição, fará avançar toda a rectaguarda da verdade", escreveu Arthur Schopenhauer, em "Aforismos para a Sabedoria de Vida" .

Será mesmo? Com o perdão de Schopenhauer, acho esse conselho um risco! Pois sabemos hoje, neste mundo tecnológico e de disputas tão intensamente influenciadas pelo grande poder do terceiro milênio - o da mídia - que deixar o sujeito acreditar que a mentira de fato está fluindo, acaba por faze-lo crer que aquilo que diz é uma espécie de verdade.

Ora, o mentiroso que acredita tanto em sua própria mentira, é o mais perigoso dos enganadores! Pois neste caso a ênfase de seu discurso ganha dimensão de uma possível verdade. E aí, sabe-se lá onde vamos parar!

Mentiras podem ter lá as suas categorias e graus, mas convenhamos, não há mentira inocente. Com isso já concordava Rousseau.

"Para tornar inocente uma mentira, não basta que a intenção de prejudicar não seja expressa, é necessário também ter a certeza de que o erro em que se induz aqueles a quem se fala não poderá prejudicá-los a eles nem a ninguém, seja de que maneira for. É raro e difícil ter-se essa certeza e, por isso, é difícil e raro que uma mentira seja perfeitamente inocente"...

Pois é! Talvez a única mentira menos nociva, ou inocente, seja aquela que, nos dias atuais e cheios de ameaças, tenta proteger a própria privacidade.

Ainda assim, ao admitir a mentira, seja ela romântica ou destruidora, estamos nos violentando. Como negar que a verdade é um valor indispensável? O verdadeiro confere às coisas, aos seres humanos, ao mundo, um sentido que não teriam se fossem considerados indiferentes à verdade e à falsidade.

Que situação, não é mesmo! Não queremos a Mentira, mas não conseguimos estabelecer uma convivência sem que ela esteja imiscuida em nossas verdades.

"Ninguém acredita em ninguém, todos sabem a resposta. Mente-se só para dar a entender ao outro que a alguém nada nele importa, que dele não se necessita, que lhe é indiferente o que ele pensa acerca de alguém". (Mirna Monteiro)

Leia também

http://artemirna.blogspot.com.br/2013/07/a-arte-de-acreditarsem-enganar-se.html

http://artemirna.blogspot.com.br/2012/06/onde-esta-verdade.html?m=0


Thursday, September 02, 2010

PLURALIDADE NA ARTE ACADEMICA

Talvez a maioria das pessoas nao saiba quem foi Gustav Klimt. No entanto e dificil encontrar alguem que nao conheca a obra "O beijo", riquissima em detalhes e esbanjando sensualidade em suas cores e formas.

Klimt foi o pintor austriaco do simbolismo. Na epoca, ultimas decadas de 1800, ele manteve-se firme em seu proposito de fazer arte desconsiderando as regras academicas e liberando a criatividade.

Quem diria que uma de suas obras, O Retrato de Adele Bloch-Bauer, seria um dia o quadro mais caro do mundo!

Pablo Picasso, ainda que nao detenha a autoria da tela mais cara do mundo, possui pelo menos tres de suas obras entre as mais valorizadas: Garçon à la Pipe, Dora Maar with Cat e Femme aux Bras Croisés.

Vincent van Gogh mantem duas obras entre as dez mais caras do mundo: Portrait of Dr. Gachet e Portrait de l’Artiste sans Barbe.

A diversidade de estilo entre as obras mais valorizadas no mundo todo demonstra o quanto a arte pode ser ecletica, livre e sensivel independente de seu estilo.

Veja as obras mais valorizadas do mercado da arte mundial.





Portrait of Adele Bloch-Bauer de Gustav Klimt – US$ 135 milhões







2º. Garçon à la Pipe de Pablo Picasso – US$ 104,100,000





3º. Dora Maar with Cat de Pablo Picasso – US$ 95,200,000





4º. Portrait of Dr. Gachet de Vincent van Gogh - US$ 82,500,000





5º. Bal Au Moulin de la Galette de Pierre-Auguste Renoir - US$ 78 milhões



6º. Massacre of the Innocents de Peter Paul Rubens - US$ 76,700,000






7º. Portrait de l’Artiste sans Barbe de Vincent van Gogh - US$ 71,500,000







8º. Rideau, Cruchon et Compotier de Paul Cézanne - US$ 60,500,000






9º. Femme aux Bras Croisés de Pablo Picasso - US$ 55 milhões






10º. Irises de Vincent Van Gogh - US$ 53,900,000